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Do “NASCER PARA SER” ao “TER PARA SER”: afirmações do capitalismo e os processos de resistência na ordem liberal burguesa

Subtema do grupo: Quarto de despejo: um retrato da vida nas margens da cidade; um olhar de dentro da periferia do capitalismo.

Trabalho realizado pelos estudantes do 2º ano: Leonardo Rodrigues, Pedro Ferraz, Randy Duarte, Victor Serafim e Ricardo Marchesotti

Este trabalho foi orientado pelos professores Tim (Literatura) e Jonas (Geografia). A partir das reflexões provocadas pela leitura das obras literárias Quarto de despejo – diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, e A alma encantadora das ruas, de João do Rio, o trabalho teve como objetivo analisar as influências que o sistema capitalista exerce sobre os espaços retratados nas obras e sobre as pessoas que os ocupam. Em João do Rio, analisar em que medida este espaço funciona como constituidor das identidades dos indivíduos, por meio da leitura crítica e analítica das narrativas e descrições presentes em suas crônicas; em Carolina Maria de Jesus, além da pesquisa biográfica e bibliográfica, levantar informações sobre os espaços em que a obra se ambienta (a favela e a cidade), analisar estes espaços a partir das visões construídas pela narradora da obra e apresentar essas análises aos colegas, professores e coordenadores do Colégio. Na apresentação, cujo foco foi a obra Quarto de despejo, o grupo expôs sua reflexão sobre as influências que o sistema capitalista exerce nos espaços e pessoas retratados, analisando a segregação e as desigualdades sociais existentes na cidade, ressaltando o fato de essas realidades serem observadas e descritas à luz do olhar dos marginalizados, daqueles que falam sobre a margem, estando dentro da periferia do capitalismo.
Nas aulas de geografia, os estudantes realizaram trabalho de discussão e apresentação da leitura do texto O ciclo do caranguejo, de Josué de Castro, e analisaram os bolsões de pobreza no Brasil, incluindo e dando destaque à região do Capibaribe, em Pernambuco; além do movimento “mangue bit” ou mangue beach”, destacando trechos de músicas associadas a esse movimento.

Trabalho de Campo: como trabalho de campo, os estudantes realizaram visitas a regiões de Belo Horizonte e da RMBH que propiciaram a visualização dos contrastes presentes na cidade e em seus diferentes espaços, observados a partir do olhar daqueles que buscam verificar os impactos do capitalismo na estruturação e construção dos espaços e do modo como as pessoas neles vivem e deles se apropriam. Como forma de registro, cada estudante do grupo levou consigo uma câmera fotográfica digital e fotografou cenas e espaços urbanos de acordo com seu próprio olhar. Os estudantes foram conduzidos a lançar seu olhar para os centros e para as margens do capitalismo e captar suas impressões a partir das imagens fotográficas de sua autoria. Após o trabalho de campo, cada estudante do grupo selecionou suas imagens e sobre cada uma delas construiu um texto descritivo, analítico ou explicativo que apresentasse a fotografia e a cena retratada, buscando dar um sentido, um direcionamento para o olhar do espectador/leitor/receptor. Importante considerar que a exposição de imagens da leitura e exposição coletiva da obra de Carolina Maria de Jesus se dá no período que encerra o dia 20 de novembro, dia da consciência negra. Confiram fotos do trabalho neste sítio.

O que são os eixos temáticos?

 

Durante séculos o conhecimento foi concebido e transmitido de forma fragmentada. Ensinava-se História, por exemplo, como se essa disciplina não tivesse relação com a Geografia ou com a Literatura. Entretanto, desde a segunda metade do século XX, essa perspectiva tem sido discutida. Mais do que aprender um conceito ensinado na aula de Geografia, é preciso ler o mundo utilizando-se dos conhecimentos geográficos, que não estão desvinculados dos demais saberes. É partindo desse princípio que vimos desenvolvendo no Colégio Renascence o projeto Eixos Temáticos: Interdisciplinaridade e Renovação Curricular. Com o propósito de garantir a contínua integração entre as disciplinas priorizamos as áreas de conhecimento e os temas conectivos. Se antes o planejamento por disciplina conduzia a eventuais discussões interdisciplinares, hoje passamos a priorizar temas aos quais cada disciplina necessariamente se reorganiza. Essas mudanças, em perfeita sintonia com as diretrizes dos PCNs e das Matrizes Curriculares do Enem, propõem um ensino integrado e relacional. Além das discussões feitas em sala de aula e dos trabalhos temáticos – interdisciplinares – realizamos um tipo de avaliação inter e transdisciplinar que trata das discussões desenvolvidas por uma área de conhecimento. Dessa forma, o estudante é capaz de dar muito mais significado às suas aprendizagens ao perceber que os saberes não são isolados, mas compõem uma rede de infinitas conexões. Esse projeto tem sido um grande sucesso no Colégio Renascence.

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